Deu-se início à atividade no dia 15, à noite. Os participantes foram calorosamente recebidos numa sala iluminada por velas, ao som de melodias que os convidaram para uma experiência imersiva e única. Aí foi recordada a importância de acolher cada pessoa e, simbolicamente, realizou-se um Lava-Pés, um momento de integração, união e aceitação do outro tal como é, com as suas feridas, calos, dores, fadigas e marcas dos caminhos já percorridos.
No sábado, o dia começou com diversas oficinas que forneciam orientações sobre como comunicar com Deus e ouvir aquilo que Ele nos tem para dizer, sobre saber cuidar da Criação, da Terra e sobre quais os desafios que enfrentamos na defesa de uma Casa Comum. Enfatizou-se que todo o Evangelho possui uma mensagem profundamente pessoal na vida de cada indivíduo, sendo essencial interpretá-la e valorizar os sacramentos. E rezar: algo tão simples quanto uma conversa direta com Jesus.
À tarde, os participantes tiveram a oportunidade de escolher três oficinas artísticas: uma de música, outra de artes plásticas e a última de teatro, oficinas estas que partem da ideia principal de que “Querer fazer parte de uma Igreja jovem e dinâmica depende de nós. É mais fácil decorar a letra de uma canção que uma oração, uma encenação capta mais a atenção que uma leitura e todos gostam mais de algo que ajudaram a construir. Cabe a cada jovem desconstruir o normal e o aborrecido e cativar outros a juntarem-se nesta busca pela Terra Prometida”, escreveu a Equipa Organizadora do ICTHUS.
Após os workshops, o Bispo de Santarém, D. José Traquina foi convidado para uma discussão aberta sobre o significado de Terra Prometida em diversas dimensões, e como os jovens podem acolher e fazer os outros se sentirem acolhidos na Igreja.
De forma a promover a proximidade dos participantes à espiritualidade, como uma grande família ao redor da mesa, foi celebrada a Eucaristia, presidida pelo Assistente Regional, tendo sido este, nas palavras de alguns participantes, o momento mais impactante e alegre da atividade.
À noite realizou-se uma oração de Taizé, onde a Luz da Paz de Belém foi distribuída, dando oportunidade a um momento de silêncio, reflexão e nostalgia. Por fim, não ficou de parte a tradicional Ceia Regional, onde além de boa comida, muitas histórias, canções e alegrias foram partilhadas.
No domingo, foram formados três grupos, cada um com o mote de três perguntas: “O que realmente significa ser católico na sociedade?”, “Será que a Fé em Jesus Cristo influencia a vida académica?” e “O que significa ser escuteiro católico?”.
Por fim, foi distribuída por cada participante uma carta com uma passagem bíblica diferente, lembrando a todos a sua autenticidade, que cada pessoa é motivada por diferentes chamamentos e, por vezes, acolher pode ser tão simples quanto adaptar algo ao gosto de outra pessoa.
Alguns caminheiros partilharam connosco as questões que trouxeram para a atividade: “É este o caminho que quero seguir?”, “Como posso melhorar a vivência da Fé no Escutismo?”, “Como consigo estar mais perto de Deus?” e muitas mais! Mas todos saíram cheios e tocados por uma atividade tão única. O aspirante a caminheiro Guilherme Frazão do Agrupamento 1187 Alcobertas confessou querer “pôr-me a caminho da Fé, procurá-la e achá-la em mim”. Silvia Mendes, do Agrupamento 681 Sangalhos, da Região de Aveiro, chegou “à procura de uma mudança e de abrir uma porta”. Disse-nos que esta atividade permitiu mudar diversos pontos de vista e assumiu sentir-se leve e livre depois de tanta experiência única. Também Aníbal Fernandes, do Agrupamento 18 de Bragança encontrou “algumas luzes e respostas” e pretende implantar no Agrupamento algumas ideias que lhe foram partilhadas. Ainda nos disse: “Num ponto de vista pessoal, esta atividade foi, sem dúvida, impactante, pela forma como conhecemos as pessoas, partilhamos experiências e pela forma como nos sentimos e partilhamos a nossa relação com Deus e com a espiritualidade, e como angariamos novos mecanismos, formas de pensar e soluções concretas que partem da principal ideia de que a nossa Fé deve ser transversal a tudo o que se faz no Escutismo”.
Assim acabou uma grande primeira edição do ICTHUS, com o desafio de todos os participantes levarem consigo o que aprenderam, ouviram e compartilharam para as suas localidades e de promoverem uma Igreja mais Jovem, Dinâmica e Acolhedora.